AGNES DE DEUS
por Valdeci Oliveira
Um dos grandes filmes dos anos 80 foi, sem dúvida, esse polêmico drama psicológico dirigido pelo competente (e atualmente sumido) Jewison, responsável pelo sucesso “Feitiço da Lua” e o oscarizado “No Calor da Noite”.
O filme conta a emblemática história da jovem freira Agnes (Tilly, indicada ao Oscar) que mantém secretamente uma gravidez e, ao dar à luz, despeja a criança na lata de lixo de seu quarto onde é posteriormente encontrado morto, enforcado pelo próprio cordão umbilical.
Na ocasião de seu lançamento, o filme mexeu com as estruturas da igreja católica que iniciou uma campanha voraz para banir o filme dos cinemas, considerando-o uma blasfêmia. Não bastasse o tema espinhoso, Jewison foi agraciado com as atuações espetaculares de Fonda, como a doutora Martha Livingston, que é designada para avaliar o estado mental da freira e evitar que seja levada ao tribunal por assassinato, e Bancroft (indicada a Oscar), como Miriam Ruth, a madre superiora que afirma, categoricamente, que Agnes foi tocada por Deus e nega qualquer forma de contato sexual com um homem dentro do convento. Um tema incendiário que só mesmo um diretor de seu quilate e atrizes consagradas teria coragem de encarar. Um filme sensacional que merece uma revisão.
MINHA NOTA: 45 (Ótimo)
AGNES DE DEUS – (Agnes of God), EUA, 1985
Direção: Norman Jewison
Com: Jane Fonda, Ann Bancroft, Meg Tilly